São quatro as obras que o artista plástico Ricardo Passos irá apresentar em Outubro, na Galeria ARC-16, em Faro. Uma exposição colectiva, onde se pretende homenagear a vagina. Para além de Ricardo Passos, participarão também nesta mostra, os artistas plásticos Maria João Franco, Chichorro, Rico Sequeira e António Inverno, entre outros.
8.26.2009
8.17.2009
IBIZA LOVERS – Galeria F&R Artes, em Ibiza
IBIZA LOVERS é o título da mini série temática que Ricardo Passos criou para a Galeria F&R Artes, em Ibiza, a apresentar durante os meses de Agosto e Setembro nesta ilha do Mediterrâneo, que é tida como a melhor noite do mundo para quem gosta de sair.
8.16.2009
¿PORQUE NO TE CALLAS, PERRA?

Ricardo Passos será representado neste evento, com a obra
Porque no te callas, perra?
Porque no te callas, perra?
técnica mista 90 x 120 cms 2009
O violino chorava cândidos acordes, na densa e tenebrosa noite onde só a débil luz dos vaga-lumes alumiava os corações das já decadentes fadas sem condão.
As meninas, uma à esquerda, outra à direita, debruçavam-se docemente sobre Sua Alteza Real, oferecendo-lhe o habitual chá de perpétuas roxas feito com a mais pura das águas, a do Luso, enquanto esta murmurava:
– ¿Porque no te callas, perra?
E a inquieta cadela, ladrava, uivava, retorcia-se, revoltando a terra adormecida.
Quando o cão é danado, todos lhe atiram pedras – pensava a astuta raposa voyeur, que por entre as árvores se masturbava, assistindo a toda esta hipócrita encenação, ciente de que só ela entendia a raiva canídea.
Os prenúncios da alvorada não tardariam a chegar; altura em que as aias, no denso nevoeiro, se iriam deleitar num promíscuo e clandestino amor conspirativo, contra Sua Magestade. Um amor silencioso, visto que a pobre e sui generis fadista macrocéfala perdera a capacidade de cantar, no dia em que ingeriu os estilhaços do espelho da felicidade.
As meninas, uma à esquerda, outra à direita, debruçavam-se docemente sobre Sua Alteza Real, oferecendo-lhe o habitual chá de perpétuas roxas feito com a mais pura das águas, a do Luso, enquanto esta murmurava:
– ¿Porque no te callas, perra?
E a inquieta cadela, ladrava, uivava, retorcia-se, revoltando a terra adormecida.
Quando o cão é danado, todos lhe atiram pedras – pensava a astuta raposa voyeur, que por entre as árvores se masturbava, assistindo a toda esta hipócrita encenação, ciente de que só ela entendia a raiva canídea.
Os prenúncios da alvorada não tardariam a chegar; altura em que as aias, no denso nevoeiro, se iriam deleitar num promíscuo e clandestino amor conspirativo, contra Sua Magestade. Um amor silencioso, visto que a pobre e sui generis fadista macrocéfala perdera a capacidade de cantar, no dia em que ingeriu os estilhaços do espelho da felicidade.

Fórum Cultural Romeu Correia
(Almada)
8.05.2009
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